29 de junho de 2010

Encontro com o professor Norton esclareceu história do Sítio Arqueológico CERA

Na tarde de terça, 29-07, o professor Norton Hayd Rego, coordenador do curso de Engenharia Florestal da UEMS bateu um papo com os estudantes que participam do projeto Expedições Anarco-pedagógico-atemporais. No encontro ele relatou a história da descoberta das pinturas que se deu no inicio dos anos 1980, ainda do século passado. Norton contou que a princípio o povo da redondeza dizia haver na serra algumas “pinturas de índio”. Lembrou ainda, que depois de algumas expedições, ele e mais alguns amigos estudantes, apresentaram um trabalho com fotos das pinturas e outros registros numa feira de ciências realizada em Aquidauana. Naquela época o trabalho foi desvalorizado, acabou passando despercebido. A ignorância dos organizadores da tal feira impediu que eles verificassem a riqueza do material que Norton e seus amigos estavam expondo na ocasião. Na verdade, nas expedições realizadas pelo grupo do Professor Norton, estava sendo descoberto um verdadeiro tesouro da história da humanidade. As pinturas que estão presentes no sítio CERA I, além dos vestígios encontrados no sítio CERA II, são na verdade, importantes documentos de um passado de aproximadamente 2 a 3 mil anos AP, que indicam a presença na região de grupos caçadores-coletores. Os estudantes acompanharam atentos a fala do professor Norton que está entre os primeiros a explorar a região com o olhar científico. Seria ele o “proto-anarco”? A descoberta culminou no processo de tombamento da área pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ocorrida recentemente no ano de 2009. Todo o período comprendido entre as primeiras expedições realizadas, ainda nos cabulosos anos 1980, até o tombamento pelo IPHAN ocorrido em 2009 - anarco ano I - somam 29 anos. Os estudantes indagaram sobre os procedimentos utilizados nas escavações arqueológicas e também a respeito das pesquisas realizadas no período pré-anarco. Norton ressaltou que a área dos sítios era ocupada por grileiros, os quais manejavam uma série de culturas no local, além de praticarem a criação de gado, o que explica a existência de uma área na trilha em que a grama de pastagem ainda persiste, deixando de existir somente depois de uns 110 metros após o início da trilha na piscicultura, local batizado anarquicamente como "fronteira da braquiária". Esclareceu também que o tombamento permite a exploração científica e pedagógica da área, aspecto que ao encontro da filosofia e princípios anarco-pedagógico-atemporais. Em nome da coordenação do projeto, Norton foi convidado pelos estudantes a participar da ultima atividade do ano de 2010, a qual consiste numa visita ao MUARQ - Museu de Arqueologia da UFMS, onde todos os anarco-participantes poderão conhecer o acervo de peças e demais vestígios coletados nas áreas visitadas durante as expedições. O professor confirmou a presença, agradeceu a oportunidade, manifestando mais uma vez o seu respeito,valorização e compreensão para com as ANARCOS.

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